sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Imensidão do Mar



Imensidão do Mar
(Argentino Vidal)

Sobre o mar altivo ao vento.
Deixei naufragar meu pensamento
Do meu mundo cruel, incompreendido.
No sabor das ondas dissolvido

Caminhei no curto tempo da esperança
Guardei de te o sonho da lembrança
Entre espadas de fogo que queimava
Causado pelo efeito que de ti me separava

Senti aos poucos tudo terminado
Tentei guardar este momento, congelado.
Vigiei teu sono, pouco adiantou.
Pois cedo, meu pranto te acordou

E agora ao ver a imensidão do mar
Perdido no vazio triste de minha alma
Suspiro esta angústia que nos fez parar.

Este poema foi classificado na publicação "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâreos" Vol.58 da Editora CBJE (RJ), no dia 25/09/2009, entre mais de 5000 inscritos.

Calvário



Calvário
(Argentino Vidal)

Elevou-se ao ar ensangüentado
Crucificado no alto do calvário
Sob ardente sol aos poucos sufocado
No manto negro mortuário.

Gemidos soprados de vento forte
Quebravam prantos de amor perjuro
Que viam além da dor da morte
Imensa força de amor tão puro

Naquele cerne cedro cruzado
Em sacrifício cruel sem piedade
Um homem não mortal crucificado
Para redimir pra sempre a humanidade

E aos poucos horas do dia se passara
Mórbidos. Inocente vitimado
Deixado à morte que vencera
Estava tudo nesta hora consumado.

Este poema foi publicado em Poemas Dedicados da Editora CBJE (RJ),no dia 25/09/2009, dentre mais de 5000 inscritos.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Primeiro Ato



Primeiro Ato
(ArgentinoVidal)

Sinto na brisa do ar teu perfume doce.
Minha emoção de te ver já não se resume
O brilho de teus olhos me fascina.
O brilho de seus olhos me domina.

Nesta mistura que sinto de ternura e de desejo.
Não consigo medir qual mais almejo.
Perco-me em palavras previamente versadas.
Tropeço minhas pernas embriagadas.

Neste turbilhão que meus sentidos fluem.
Permito que teus passos me provoquem.
Enquanto vejo no teu rosto serenidade e calma.
Transpiro no meu corpo a agitação da alma.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

As Minhas Travessuras de Menino



Travessuras de Menino na Maria Fumaça
(Argentino Vidal)

De longe soa o apito
Da velha Maria Fumaça
Corre o moleque travesso
Lá pro fundo do seu quintal
Por onde ela vai passar

Ela passa de mansinho
Quase querendo parar
Ai o moleque travesso
Como gato agarra o estribo
Do último vagão a passar

De carona ao balaustre
Ergue seu corpo afora braço aberto
Gangorra de um lado pro outro
Para sentir bater o vento forte
Que sopra no rosto e arrefece a alma
E pra perigosamente deliciar
O néctar da sua travessura.

Nota- O trem é este mesmo da foto - hoje ele esta circulação somente entre Tiradentes e São João Del Rey. Mas antes passava no quintal da minha casa, 40 anos atrás, em Barbacena-MG.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Orvalho



Orvalho
(Argentino Vidal)

Junto ao meu caminhar molhado
Aquecendo meu corpo gelado
Trilhando sobre pedras salientes
Polidas pela ação do tempo
Na madrugada que repousa o vento
Sinto você do meu lado

E ao fim desta madrugada fria
Que me faz sentir um novo dia
Sepultando as doces gotas de orvalho
E no calor solar suave e brando
Surgem novos brados de bandos
De pessoas que caminham

Contemplada, partiu a madrugada.
Cheia de saudades que me agrada
Só por vigiar meu sossego
E ansioso espera-la próxima vinda
Chorando gotas de orvalho ainda
Pra novamente sentir você ao meu lado